quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O DIA EM QUE A ARTE SEQÜENCIAL MAIS BARULHENTA DO MUNDO TORNOU-SE MUDA

Este é o primeiro post do mês de agosto, e provavelmente um retorno as postagens freqüentes, aos eventos de anime e aos diários de bordo animados. Fica como registro o encontro com uma das mais geniais desenhistas do mundo mangá e anime que conheci nestes encontros.
Antes que alguém torne a questionar os motivos de tanta genialidade: aponto ciente e feliz fusão da quadrinização visual do mangá próximo a linguagem das tirinhas e dos quadrinhos infantis brasileiros como os de Maurício de Souza.
Até então qualquer um dos leitores me questionaria a validade da minha afirmação, no entanto, a revalorização destas tirinhas segue-se por um quadrinho ausente de balões e de escassas onomatopéias. Os gestos e a codificação destes personagens tornam toda a trama compreensível sem alguma menção ortográfica. Estas normalmente são curtas e aproveitam-se das associações, normalmente externas ao enredo original, que os fãs realizam com relação ao personagens de quadrinhos. Uma adaptação que remete a algumas analogias do mangá e desvirtua-se em outras. A primeira dá se pelo contexto da história, o termo mangá significa desenhos irrisórios, ou seja, estes personagens que recebem releituras de sua criadora que desmistificam a figura inicialmente concebida em sua circulação, para repaginar-se como normalmente se faz nos fanzines japoneses (doujinshi).
O sentido inverso a lógica do mangá se dá pela menção de que o mangá é uma das artes seqüenciais mais barulhentas do mundo. De fato, a afirmação pode gerar um certo constrangimento, já que os quadrinhos estão no campo das artes gráficas, contudo,o uso intenso, tanto no que se refere a quantidade e varidade de onomatópéias. Tornando-se, como foi inferido anteriormente, a banda desenhada mais barulhenta de todas as artes seqüenciais. A inversão perante esta lógica recria-se na ausência de balões, e na concepção de um universo cotidiano referente a esta quadrinista até então não revelado no post. A ausência de balões, frases ou qualquer menção gráfica a não ser a titulação dos trabalhos se dá porque é desta maneira que sua autora vê o mundo, numa série de ações que se interpreta através do que muitos qualificariam como deficiência: a quadrinista tem deficiência auditiva; que reverte-se perante a adaptação do mangá ao seu universo de expressão e releitura do mundo em eficiência artística. Quando a conheci, notei que o mangá mais uma vez cumpriu o seu propósito inicial: Adaptar-se as necessidades de expressão de sue autor, como Tezuka o fez ao criar a estética do mangá moderno: encontrou na estética dos comics norte-americanos meio para gerar sua própria expressividade. Assim fez essa genial desenhista, trazer ao público a leitura de um mundo interpretado pelo seu olhar.

- As imagens estão pequenas por serem fotos de celular, diário de bordo com cara de diário de bordo... Compondo mil coisas... yaoi, shoujo, hentai, yuri..só falta shonen... será que dá???
Ah repaginando o V-chan room, afinal todo mundo merece uma mudança na decoração dos seus aposentos de vez em quando...
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Kissu
Frase do dia: "'Cause I loved u just the way you look tonight"
V-chan

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